Acidentes de campanha (2)
Luís Godinho Lopes tinha prometido não se envolver na campanha eleitoral. "Eu, não sendo candidato, não serei elemento perturbador no debate, de modo a permitir que o mesmo seja profícuo", declarou há cinco dias o ainda presidente leonino.
Foi uma promessa de curtíssima duração. Numa muito publicitada carta ao presidente da Mesa da Assembleia Geral sportinguista, Godinho Lopes volta a atirar gasolina para a fogueira referindo-se ao "processo incendiário que conduziu à renúncia em bloco dos membros dos órgãos sociais" e alertando para o "risco da instabilidade e da mudança".
Instabilidade?
Esta palavra devia queimar na boca do homem que em ano e meio mudou cinco vezes de treinador na equipa principal de futebol e transformou o plantel sportinguista numa espécie de porta giratória, com incessantes entradas e saídas, além de ter visto partir em escassos meses dois vice-presidentes, o administrador-executivo da SAD para o futebol e o director-geral também para esta modalidade.
Exímio rematador de bolas para fora da linha lateral, o ainda presidente alerta também os sportinguistas, nesta 'carta aberta', para a "situação de emergência" que o clube vive. Foi ele certamente o último a aperceber-se disso: neste blogue, por exemplo, vários de nós já tínhamos há muito chegado a tal conclusão.
Faltou a Godinho Lopes indicar o nome do principal responsável por esta "situação de emergência". Mas não havia necessidade: todos sabemos quem ele é.