Palavras alheias II
«Golpe no Sporting» é o título da crónica de hoje (quinta-feira), no Record também, por outro comentarista inteligente, como o é o diretor do Jornal de Negócios, Pedro S. Guerreiro. Este comentarista defende a ideia de «golpe institucional», liderado por Daniel Sampaio, contra a direção do clube - ideia que também partilho, independentemente de reconhecer erros do executivo de Godinho Lopes. Fala em interpretação abusiva dos estatutos do clube e de falta de equidistância. E da aceitação, pela banca credora, de um perdão de dívida de 60 milhões, contra 40 milhões a investir pelo clube ou novos acionistas, que poderão servir para negociar com vantagem a parte remanescente. Escreve Pedro S. Guerreiro: «O rumo do Sporting continua sinuoso. Godinho Lopes tem rédea solta e vida curta, que só poderá estender se, além de ter encontrado Jesualdo, encontrar um russo ou um árabe que passe cheques. Sem dinheiro, o Sporting está e continuará em maus lençóis. E passará da assembleia geral para a assembleia de credores». Certeiro, embora muitos andem a contribuir para isso e não percebam. O «sampaísmo» (isto é, a defenestração de executivos legítimos para colocar no trono o partido amigo) criou raízes que chegam ao futebol.