Evasão fiscal nas transferências
Vem da Argentina a notícia de que as autoridades declararam «guerra» à evasão fiscal nas transferências no futebol. Para já, foram denunciados 146 empresários ou intermediários com dívidas ao fisco e várias transferências estão a ser investigadas, o que levou alguns clubes a afastarem jogadores da competição - por sugestão federativa - enquanto a contenda não é esclarecida. Foi igualmente denunciado a existência de «paraísos desportivos», com clubes estrangeiros envolvidos em transferências em que os jogadores, muitas vezes, nem chegam a representar.
Muito embora não tenha conhecimento concreto de causa - mas considerando diversas estranhas ocorrências no mercado futebolístico nacional - vem-me prontamente à ideia de que semelhante medida pelas autoridades portuguesas revelaria um vasto leque de irrgularidades. Dando-se essa eventualidade, não será despropositado sugerir que no topo da lista de negócios a merecer investigação profunda, seria a notória transferência de Roberto para o Saragoça em Julho de 2011. Recorde-se que o jogador foi alegadamente vendido por 8,6 milhões de euros - mais 100 mil euros do que custou aos encarnados - após uma época de vincada desvalorização desportiva e a um clube que estava sob protecção judicial para combater o risco de falência. Não é de esperar que venha a acontecer, mas é uma sugestão construtiva.