A «novela» Agostinho Cá e Edgar Ié
Dá para compreender que a exagerada atenção mediática sobre a transferência de Agostinho Cá e Edgar Ié deve-se principalmente ao facto do clube do seu destino ser o Barcelona. Na ausência de factos oficiais, tanto por parte do Sporting como do clube espanhol, as especulações abundam nos meios noticiosos. É facto que Agostinho Cá terminava o seu vínculo com o Sporting em Junho de 2013 e que Edgar Ié ficou livre a partir do dia 1 de Julho de 2012. Tem constado que ambos recusaram renovar pelo Sporting e, daí, a necessidade de os negociar rapidamente para permitir algum retorno. O montante mais noticiado sobre o valor da transferência é 2,5 milhões de euros, mas desconhece-se se existem outras cláusulas no sentido de reservar ainda mais alguma compensação para o clube formador, além do que é previsto pelos regulamentos vigentes da FIFA.
As opiniões são muitas mas, neste momento, é impossível avaliar a transferência dos dois jovens. Em princípio, até aparenta ter sido um bom negócio, mas tudo dependerá da sua futura evolução. Será que um ou o outro, ou ambos, vão-se fazer grandes jogadores, ou irão eles simplesmente desaparecer com o passar do tempo? Casos destes não escasseiam. Respeita-se a posição do Sporting em preservar a confidencialidade do negócio, por variadíssimos motivos, mas pela «novela» que foi criada em torno dos dois jovens seria interessante saber a verdade. Uma alegada declaração de Agostinho Cá é bastante intrigrante. Entre outras coisas, ele é noticiado como tendo afirmado: «Aprendi muito. Deram-me sempre apoio, falaram muito connosco e transmitiram a importância da humildade e do trabalho. Gostei muito de jogar no Sporting. Sempre fui bem tratado, bem trabalhado, com carinho.Por mim, continuava.» Sendo verdade, o que significa «por mim continuava»? Que foi o Sporting que decidiu, apesar da vontade dele, ou a superior oferta salarial do Barcelona foi irresistível? Como Aurélio Pereira disse recentemente, quando se paga 10 mil euros a um jovem e aparece um clube a oferecer 100 mil, é impossível segurá-lo.