Ver para acreditar, a meia-final da Liga dos Campeões entre o Chelsea e o Barcelona com os ingleses a saírem vencedores. Um segundo jogo sob enorme tensão mas com um futebol que merecia ser mais bem tratado, especialmente considerando o nível da competição. Uma equipa que não jogou mais porque não tem capacidade para tal, e a outra, que a tem, que pecou fatalmente pela falta de eficácia e pela recusa de ajustar o seu estilo de jogo perante um adversário de vincada inferioridade técnica e ainda numérica, durante dois terços do embate. John Terry errou pela negligência da sua desprovida acção mas, sobretudo, por ter esquecido onde estava a jogar e contra quem. Uma eliminatória incrível, levada a cabo por uma equipa que nem sequer devia ter passado dos oitavos-de-final. Havendo qualquer lógica, onde lógica existe, é extremamente difícil prever mais uma vitória inglesa na final, considerando o desgastado estado do plantel e ainda sem os serviços de Terry, Ramires e Raul Meireles. Isto dito, está provado que impossível é nada!... É o nosso desejo que o Sporting consiga revalidar esta proposição na quinta-feira.
Recorrendo novamente à falível lógica, é de prever um jogo muito disputado amanhã. Será uma ironia marcante, se Mourinho conseguir enfrentar o seu antigo clube na final.
Na minha opinião, a análise pertinente que importa fazer é que apesar de todo o investimento que Mourinho obrigou o Chelsea a fazer, com ele o clube nunca chegou a uma final da Champions; depois do "Special" ter sido despedido, já são duas, a primeira com o israelita Grant e a segunda com o italiano Di Mateo.
Quanto ao tema do "post" julgo que são realidades não comparáveis. Não imagino o meu Sporting a jogar em Bilbao como o Chelsea jogou em Barcelona, mais como sportinguista ficaria envergonhado se visse o meu clube a jogar com todos os jogadores a defenderem em cima da área e sem chegarem sequer a 30% de posse de bola. Passei muitas tardes a falar com Osvaldo Silva sobre o nosso Sporting, e é esse Sporting que me interessa, um clube que perde ou ganha mas que procura sempre vencer sem ter medo de ter a bola nos pés.
Essa é uma análise injusta de todo, por várias razões. Em primeiro lugar, as provas europeias têm características muito especiais e quem as vence nem sempre são as melhores equipas, a exemplo do Chelsea que está em 6.º lugar na «Premier», 25 pontos atrás do Manchester United. Para corroborar esta proposição, na época de 2004-05 o Liverpool venceu a Champions, eliminando nas meias-finais o Chelsea de Mourinho que foi campeão da «Premier» com uma diferença de 37 pontos, repito 37, do clube da terra dos Beatles. O Grant chegou à final com a equipa feita por Mourinho e sem vencer na Premier. Logo de seguida foi despedido. Quem quiser menosprezar Mourinho tem que apresentar argumentos para contrariar o palmarés dele. O título do «post» não se refere ao estilo de jogo mas sim à capacidade de uma equipa, neste caso o Sporting, conseguir contrariar as adversidades e vencer. Já o fez com o Manchester City e esperamos que o faça com o Athletic Bilbao. Seria uma enorme surpresa Sá Pinto não jogar dentro do mesmo sistema tático que tem sido vitorioso até ágora. Cumprimentos.