Paixão por Bruno
Bruno Paixão encontrou enfim um advogado de defesa: o presidente do Gil Vicente acaba de enaltecer a "excelente arbitragem" ocorrida no jogo de segunda-feira, em que o Sporting foi escandalosamente espoliado.
Reconheça-se: António Fiúza tem o mérito de se mostrar grato a quem o beneficia. Ao menos este atributo temos de reconhecer a quem, com a mesmíssima lógica com que agora elogia o pior árbitro português, ainda há pouco tecia loas ao absurdo alargamento do número de clubes na Liga - que felizmente não se concretizará - como uma "grande vitória" do desporto-rei. E sugeria até que os "grandes" fossem "competir para Marrocos", o que diz muito sobre o que vai naquela cabeça.
Esta paixão dupla de Fiúza - por Bruno e pelo alargamento - é muito esclarecedora. Ao ponto de me apetecer até citar Gil Vicente, o verdadeiro. Aquele que pela boca do Joane se exprime de forma tão expressiva no Auto da Barca do Inferno. Não fala de futebol, mas está lá quase tudo quanto Fiúza merece escutar depois de se ter pronunciado como pronunciou.