E foi mesmo
Viram? Pedi-lhes um milagre e eles deram-mo.
E se eu tivesse dito que íamos ganhar ao ManCity? E que o golo ia ser marcado por um defesa central? E que seria numa recarga na pequena-área? E que seria de calcanhar? Riam-se de mim, de certeza. Ora digam lá se tudo no futebol não é milagroso?
Mas do que gostei mais foi daquele início tão prudente e racionalista dos nossos jogadores, que até se recusavam a seguir atrás da bola, nem quando ela lhes passava a centímetros da marcação. Fomos dois a ficar de boca aberta de confusão: eu e o Mancini.
Mas do que eu gostei mesmo mesmo mais foi do calvinismo do Schaars que ainda lá deve estar a correr pelo campo todo. E da frieza siberiana do Marat. E das danças índias do Matias. E do ar inocente do Patrício, quando faz, outra e outra vez, mais um punhado de defesas impossíveis. E do Polga, que lhe mandaram não pisar a bola, não fosse ela escapar-se por debaixo da bota como de costume, e ele não a pisou. E já vos falei do golo do Xandão?
Hoje percebi: este Sporting é só para jogar contra os grandes, a Lazio, o ManCity, clubes de gabarito e pendão. Contra a arraia-miúda, tipo Rio Ave e outras agremiações assim autárquicas, enfada-se, desconcentra-se e deixa-os passar. Agora é só repetir a injeção letal em Manchester. Outro milagre, portanto.