Missão patriótica
Porque os anos pesam, sou daquela geração que, na Europa, não via clubes, só via Portugal. Nos distantes anos 60 e 70, até quando os lampiões ganhavam eu ficava contente - e, ainda nos anos 80, quando vivia no estrangeiro, até uma vez o Vitória de Guimarães eu dei por mim a apoiar (!), num campo gelado, algures na fronteira belgo-holandesa. Depois, tudo mudou. O absurdo acórdão Bosman primeiro, retirando às equipas dos clubes o carácter nacional que até aí tinham (no Besiktas-Braga de hoje, se calhar havia mais jogadores portugueses na equipa turca do que na do clube português), foi em boa parte o culpado disso; e a suposta guerra "Norte-Sul", atiçada por Jorge Nuno Pinto da Costa, fez o resto. Mas eu não me convenço. Eles querem o fanatismo clubista na base e uma suposta identidade europeia por cima; pois eu respondo-lhes com a convicção nacional. O Sporting está na Europa por si próprio, mas também por Portugal. Onde um português sofre, nós ajudamos a sofrer; onde um português cai, nós tomamos o seu lugar. Tome-se por exemplo o FQP, e a triste figura que fez em Manchester: pois muito bem, nós jogaremos para o vingar. Moutinho é um homem com agá grande, que todos consideramos imenso; baqueou miseravelmente, junto com as outras estrelas da companhia - pois vamos ter imensa pena deles, saudades desta sua grande época europeia, e esperar que entre eles e o SLB, em Março, ganhe o menos mau.