Equipa B - Objectivos
Sobre as equipas B podem levantar-se várias questões:
- Deverá a equipa B competir apenas com jogadores jovens?
- Faz sentido ter jogadores da equipa A a jogar pela equipa B, sabendo-se que podem estar a tirar espaço de evolução a alguns jovens?
- Deverá a equipa B manter uma relação próxima com a equipa A?
- Quem deverá tomar estas decisões?
- Qual deverá ser o perfil da equipa técnica da equipa B?
- Como poderão ser avaliados os resultados desta relação? Apenas pelo número de jovens que joguem pela equipa B? Ou pela forma como esses jogadores integram a equipa A? Ou pela melhoria de forma de um jogador da equipa A, por ter tido a oportunidade de competir pela equipa B?
São muitas as questões e, mais ainda, as opiniões. Até porque a maioria das opiniões são emitidas sem que os opinantes se auto-interroguem.
Considero que a equipa B do Sporting tem dois grandes objectivos:
1) preparar competitivamente os jovens jogadores que tenham valor, de preferência com enfoque naqueles que demonstram efectiva qualidade para alcançar a equipa A, transmitindo-lhes uma base de rotinas que permitam a sua evolução competitiva e simultaneamente a adaptação a modelos e conceitos tácticos utilizados na equipa A;
2) permitir, entre outras, a recuperação da forma física, a melhoria do ritmo competitivo, a adaptação a funções diferentes, a assimilação de conceitos tácticos em competição, por parte de jogadores que constituem o plantel da equipa A.
Em suma, garantir que, a todo o momento, qualquer jogador que compita na equipa B, quer pertença ao plantel da equipa A, quer pertença ao plantel da equipa B, estejam em condições de jogar pela equipa A.
Não considero que deva haver uma regra rígida e distintiva na organização das duas equipas, devendo, pelo contrário, existir uma dinâmica que se quer salutar e efectiva. O objectivo 1) não é mutuamente exclusivo com o objectivo 2). Exige, isso sim, um compromisso com contornos muito definidos e uma avaliação criteriosa de todas as decisões. Tendencialmente, a aposta no objectivo 1) deverá ser mais consistente, mas, de igual forma, é importante perceber que o plano competitivo de um jogador não fica necessariamente afectado por não participar em cinco/seis jogos.
Diariamente lêem-se disparates sobre esta matéria, mas mais do que emitir opiniões sobre o assunto, importa tentar perceber a estratégia, o contexto e os objectivos definidos pela estrutura do futebol. Não considero que ganhar seja um dos objectivos principais da equipa B, embora isso vá acontecer mais vezes do que o contrário, precisamente pela qualidade dos jovens que integram o plantel.
Em termos genéricos, julgo que a estratégia está bem definida, mas não consigo, a esta data, avaliar a positividade dos resultados. Apenas o caso da utilização de Welder e Piris em simultâneo na equipa B me parece despropositada e até contraditória. No entanto, neste caso, o problema está relacionado com a contratação destes dois jogadores, pelo menos de um deles (em abstracto).