Aqui está a primeira réplica benfiquista que merece devida ponderação (e o facto de dizer que acertei no poste em nada altera o meu raciocínio, pois tenho 'fair play' suficiente para aceitar as críticas que me fazem). Durante a década de 60, tinhas toda a lógica que o regime se servisse do Benfica - um clube que, à época, só incluía jogadores com nacionalidade portuguesa nas suas fileiras - como símbolo da sua estratégia de propaganda, nomeadamente para efeitos externos, numa altura em que já havia a guerra em África. Um clube 'multirracial' (embora não fosse o único), em que o próprio capitão de equipa era um português moçambicano, figura aplaudida até por adeptos rivais quando envergava essa braçadeira na selecção nacional, agradaria certamente às figuras cimeiras do regime, e ao próprio Salazar, mesmo à revelia da vontade dos dirigentes desse mesmo clube. Ignoro a filiação clubística de Salazar, que talvez fosse adepto da Académica por ter vivido em Coimbra, mas era seguramente simpatizante do Benfica, tendo dado inúmeras provas disso pelos gestos de apreço - bem documentados - que teve relativamente a Eusébio e Coluna, sem correspondência com atletas de outros clubes. Reconhecer isto, que é matéria de facto e não de opinião, constitui uma atitude de honestidade intelectual. O passado das instituições deve ser assumido, com os seus altos e baixos e as suas luzes e sombras. Reconheço em Mário Coluna a honestidade e o desassombro de assumir esse passado em vez de tentar camuflá-lo sob a capa da correcção política. Na linha daquilo que já foi publicamente manifestado pelo próprio Eusébio.
Pedro, estou disposto a admitir que me chamem muita coisa. Mas ponho o "benfiquista" (e o "portista", em absoluta paridade) onde o Ary dos Santos punha o "poeta castrado". Sou do Sporting, em sentido corrente e, em grande parte, em sentido literal.
A minha crítica ao que escreveu não tem a ver com clubismo. Acho é que uma admiração (ou uma relação pessoal) com um ou mais atletas de um clube não corresponde necessariamente a uma preferência por esse mesmo clube, e que uma preferência de um governante (mesmo de um ditador) por um clube não se traduz necessariamente num benefício para o dito clube.
Ao contrário do que se passou em Espanha, há muito pouco (diria até que não há nada) que se possa dizer sobre actos dos governos de Salazar em benefício concreto do Benfica face aos outros clubes (fosse hoje possível dizer o mesmo...). Mesmo a proibição de "exportar" jogadores seria, creio eu, estendida aos outros clubes. Ou vai dizer-me que nenhum clube europeu alguma vez propôs um contrato ao Hilário, ao Figueiredo ou ao Mascarenhas? Eu nunca os vi jogar, mas duvido que fossem jogadores tão pouco interessantes.
Nunca fui 'céguinho', nem tampouco amblíope a ver futebol.
Vindo de quem vem ... !?!
Por não ser parvinho de todo, por ser normal entender aquilo que leio e o que por aqui se vai escrevendo, a maior parte com qualidade, limito-me a responder, sempre na mesma 'moeda', saltando à liça, em defesa do Benfica.
E deixo factos, e dúvidas e perguntas...!
E que é que o pobre lampião recebe em remoque ... desiludido, aziado, maníaco, mentiroso ou um simples, "você é sectário".
Nada de grave e nalguns casos, levam-me à gargalhada ...
como o da, até então, única, excelente e exclusiva Cerveja SAGRES - com um Director Geral sportinguista (hoje anda noutros fados!) que lhes recusou o alterar de um contrato, para igual valor ao conseguido posteriormente pelo Benfica - que de repente não presta, é água choca.
Deixa de ter qualidade e de ser consumida, mas eu, abstémio por opção, que quando bebia marchavam todas sem olhar a quem apoiavam, é que sou faccioso.
A isso, chamo incapacidade negocial e inveja ... ou enveja, como Luís Vaz de Camões.
Tratando-se de publicidade apostada em agredir gratuitamente uma parcela importante de potenciais consumidores, aí assumo o meu sectarismo. Directamente proporcional à agressão. Noutros âmbitos não serei, longe disso. Tanto que prefiro um bom tinto maduro ao verde branco.
Seria agressivo se o painel publicitário, estivesse colocado nas vossas instalações, ou espalhado Portugal fora, tipo Licor Beirão ou como o mundialmente conhecido Miura, da Osborne em Espanha, o que presumo não seja o caso.